Entre 60 a 100 animais já tomam conta das ruas; enquanto alguns moradores tentam salvá-los outros já votaram por sua eliminação
A East Coast Rabbit espera arrecadas US$ 40 mil para tentar salvar os coelhos antes que a prefeitura os extermine
O bairro de Jenada Isles, na cidade de Wilton Manors, Flórida, agora também está povoado por um grupo de novos moradores. Suas ruas agora estão cheias de coelhos cabeça-de-leão ou apenas coelhos leão. Eles são uma raça domesticada, que apresenta um pelo quase como uma juba.
Segundo a agência de notícias “Associated Press” (AP), os moradores estimam entre 60 a 100 coelhinhos, que são filhotes de um grupo que foi deixado para trás, depois que uma criadora os soltou ilegalmente antes de se mudar há dois anos atrás. A população cresceu de forma acelerada porque as fêmeas dão à luz a ninhadas de dois a seis filhotes todos os meses, começando a acasalar quando têm cerca de três meses de idade.
A moradora Alicia Grigs está liderando um movimento para arrecadar US$ 20 mil a US$ 40 mil (entre R$ 95. 800 e R$ 191.600 na cotação atual) para conseguir resgatar, capturar, castrar, vacinar e abrigar os animais, que agora passeiam livres pelo bairro com 81 casas.
“Eles realmente precisam ser resgatados. Então tentamos convencer a cidade a fazer isso, mas eles estão apenas demorando”, disse Alicia para o site da AP. “Eles acham que, se fizerem isso, terão que se livrar das iguanas e de tudo o mais que as pessoas não querem por perto.”
Monica Mitchell, da East Coast Rabbit, afirma que a organização poderia fazer esse trabalho, mas o processo não é fácil. Segundo ela, poucos veterinários tratam de coelhos e muitos proprietários em potencial se esquivam quando descobrem quanto trabalho os animais exigem.
Em um post em sua página no Facebook, a East Coast Rabbit diz que tem sido marcada em várias publicações sobre os coelhos de Jenada Isles.
“Saibam que tentaremos resgatar o máximo de coelhinhos que pudermos. Ainda não temos um acordo final com a cidade no qual eles afirmam que nos ajudarão financeiramente a cuidar dos coelhos que removermos de sua comunidade. Achamos que não está nem perto de ser justo resolvermos os problemas dessa comunidade e depois arcarmos com todos os custos”, o texto explica.
A organização abriu uma página para arrecadar dinheiro para salvar os coelhinhos e, até o momento de publicação desta matéria, já tinha conseguido US$ 11 mil dos US$ 40 mil necessários.
Mas o tempo dos coelhinhos pode acabar antes de isso acontecer. Segundo o site da AP, a prefeitura de Wilton Manors está dando a Alicia e outros apoiadores tempo para arrecadar dinheiro e realocar os coelhos em vez de exterminá-los.
Uma comissão votou para eliminá-los em abril, depois que alguns moradores reclamaram que os coelhos estavam cavando buracos, mastigando a fiação externa e defecando nas calçadas. Os comissários da cidade também temiam que os coelhos pudessem se espalhar para as comunidades e cidades vizinhas e se tornar um perigo para o trânsito ao se aventurarem nas ruas principais.
“A segurança dessa população de coelhos é de extrema importância para a cidade, e qualquer decisão de nos envolvermos certamente colocará esses coelhos nas mãos de pessoas com paixão para fornecer o cuidado e o amor necessários”, disse o comissário de polícia Gary Blocker em um comunicado.
A Florida Fish and Wildlife Conservation Commission (Comissão de Conservação de Peixes e Vida Selvagem da Flórida), que frequentemente abate animais invasores, disse à cidade que não irá fazer nada contra os coelhos, já que não representam uma ameaça imediata à vida selvagem.
Segundo a AP, o ambiente da Flórida não é muito propício para a vida dos coelhos cabeça de leão. Em vez dos 7 a 9 anos que vivem quando devidamente alojados, suas vidas ao ar livre são abreviadas.
A pelagem pesada dos cabeças-de-leão os deixa superaquecidos durante os verões da Flórida e sua falta de medo os torna suscetíveis a predadores. Comer grana não é uma dieta saudável e, por serem uma raça domesticada, precisam de cuidados para as diferentes doenças que podem desenvolver.