Centro de beneficência pede apoios aos menores

Arão Martins / Benguela

Crianças têm frequentado a escola do espaço, apesar das várias necessidades primárias © Fotografia por: Arão Martins 

A direção do Centro de Caridade de Assistência Social para os Povos (CASP), situado no bairro Ekuikui II, arredores da cidade de Benguela, clama por mais apoio para as crianças, em especial em termos de bens alimentares e de primeira necessidade, como beliches, lençóis, mosquiteiros e material didático.

Atualmente com 34 crianças órfãs e desamparadas, dos 4 aos 17 anos, entre os moradores, o espaço tem passado por algumas dificuldades. O coordenador do centro, Pedro Domingos, disse que o centro alberga apenas crianças do sexo masculino, algumas oriundas de outras províncias, com destaque para o Cuanza-Sul.

A água, avançou, é a maior dificuldade que o centro enfrenta, tendo esclarecido que o bairro está sem o abastecimento da rede pública e depende de camiões cisternas. “Cada camião cisterna cobra-nos 15 mil kwanzas e a água só dura duas semanas, devido à quantidade de necessidades dos menores”. disse.

Pedro Domingos afirmou que é fundamental resolver a situação da água, além da alimentação e do acesso aos serviços básicos de saúde. “Muitas doenças resultam da falta de uma boa alimentação. Precisamos de outras coisas, como mosquiteiros, colchões, lençóis e camas beliches”, indicou.

 A funcionar desde o dia 7 de março de 2017, o centro tem estado a receber muitas solicitações, mas a limitação na alimentação e dormitório inibem a direção de alargar para 50 crianças a sua capacidade real. “O ideal seria ter as três refeições diariamente, mas por causa das dificuldades, nem sempre o desejo é atendido”. Em relação as possibilidades atuais do centro, explicou, têm se limitado a ter três refeições por dia. Nos dias menos bom, prioriza-se o almoço e o jantar, por isso, o centro, que é conhecido, está aberto a qualquer doação ou ajuda.

O diretor do centro enalteceu os apoios que o Governo Provincial de Benguela, através da Administração Municipal, assim como alguns partidos políticos e pessoas singulares, igrejas e ONG’s têm feito. “Mas é preciso que ações do género continuem para que as crianças órfãs e desamparadas acolhidas na rua tenham um futuro certo”.

 O centro é grande e pode albergar mais crianças, mas devido às condições, somos incapazes de receber mais crianças porque as condições não permitem. “Ainda carecemos de apoios, apesar de sermos conhecidos pelo Instituto Nacional da Criança”.

 No centro, as crianças têm direito a formação escolar. Explicou que as crianças frequentem uma escola que é comparticipada, mas dada a sua vulnerabilidade estão isentas de qualquer pagamento, a par da assistência médica e medicamentosa que é feita pelos hospitais da província e educação religiosa.

“As crianças têm estado a receber assistência médica e medicamentosa nos hospitais públicos. Quando precisamos de ajuda, recorremos ao Instituto Nacional da Criança e o atendimento hospitalar tem sido dos melhores”, referiu

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