Quase 200 pessoas viajaram quilômetros pela densa floresta para encontrá-las
foto: Reuter
As crianças são sobreviventes da queda de um avião Cessna 206 em 1º de maio
Os irmãos Soleiny, Tien, Lesly e Cristin passaram mais de 40 dias sozinhos e perdidos na selva, depois que o avião em que viajavam com sua mãe caiu em uma área de floresta na Colômbia – ela e outros dois adultos (incluindo o piloto) morreram.
As forças militares colombianas encontraram as quatro crianças – de 9, 4, 13 e 1 anos, respectivamente – bem, mas com sinais de desidratação e picadas de insetos na sexta-feira (9/6). Elas foram levadas de helicóptero para receber atendimento médico em um hospital.
A operação de buscas que terminou com sucesso começou em meados de maio, quando tropas do Exército chegaram ao local do incidente, ocorrido no dia 1 do mesmo mês, e encontraram apenas os corpos dos 3 adultos que os acompanhavam. As crianças tinham desaparecido.
Desde então, cerca de 120 policiais uniformizados e 70 indígenas integravam a “Operação Esperança” de resgate.
Eles percorreram cerca de 1.250 quilômetros de selva densa entre os departamentos colombianos de Caquetá e Guaviare com a ajuda de helicópteros e cães de resgate.
Depois de 40 dias perdidas na floresta amazônica da Colômbia, quatro crianças indígenas foram encontradas vivas nesta sexta-feira (9), após um acidente aéreo sofrido em 1º de maio, informou o presidente colombiano Gustavo Petro.
“Uma alegria para todo o país! Apareceram com vida as 4 crianças que estavam perdidas há 40 dias na floresta colombiana”, escreveu Petro no Twitter, onde também publicou uma foto de vários militares e indígenas que participaram da operação de busca para encontrar os irmãos de 13, 9, 4 e 1 ano.
Junto com os socorristas, aparecem duas crianças deitadas sobre cobertores e outra nos braços de um dos homens.
“Estão fracos. Deixemos que os médicos façam sua avaliação”, disse Petro à imprensa em Bogotá.
Os menores viajavam em um pequeno avião que aparentemente sofreu falha mecânica, um acidente no qual todos os adultos morreram: a mãe das crianças, o piloto e uma liderança indígena.
Mais de 100 soldados e indígenas da região, com apoio de cães farejadores, seguiam a pista dos menores enquanto eles caminhavam pela floresta entre os departamentos de Guaviare e Caquetá, no sul da Colômbia, onde aconteceu o acidente aéreo.
A notícia das crianças perdidas rodou pelo mundo, com vídeos e fotografias do Exército sobre o dia a dia das operações de busca, nas quais foram encontrados abrigos improvisados com folhas e galhos, tesouras, laços de cabelo, sapatos, roupas, uma mamadeira, frutas mordidas e pegadas.
“Hoje tivemos um dia mágico que indubitavelmente nos enche de alegria. Nos aproximamos da paz no acordo que avança com o ELN. E agora eu volto e a primeira notícia é que, efetivamente, as comunidades indígenas que estiveram nas buscas e as forças militares encontraram as crianças 40 dias depois”, disse Petro aos jornalistas ao retornar de Cuba, onde assinou uma trégua de seis meses com a guerrilha do Exército de Libertação Nacional.
“Estavam sozinhos, eles conseguiram por conta própria. Um exemplo de sobrevivência total que ficará na história”, acrescentou o presidente.