A Ministra deixou o cargo em meio discurso e memorias da magistratura.
Na manhã desta quarta-feira (27) a gaucha Rosa Weber, que foi a terceira mulher a assumir a presidência da mais alta corte do país se despediu do cargo.
Rosa que completará 75 anos em outubro, atingindo portando a idade limite no serviço publico federal.
A agora ex-presidente sempre teve perfil sereno e discreto, Weber procurou manter-se discreta porem não omissa, não era incomum as visitas da ministra em presídios masculinos e femininos como bem enfatizou a própria em discurso de despedida citando o colega de toga Ministro Alexandre De Moraes como companheiro rotineiro nas visitas.
Em quase 50 anos de trabalho Rosa a Ministra fez um apanhado da carreira e dos 12 anos que integrou o supremo indicada ao cargo pela ex-presidente Dilma Rousseff.
Emocionada, Weber mencionou os atos de 08 de janeiro, ao qual ela chamou de tormenta.
“A tormenta que se abateu sobre esse Supremo Tribunal Federal em 8 de janeiro, o dia da infâmia, em que pela primeira vez na história dessa quase bicentenária Casa de Justiça, ela foi invadida e depredada, juntamente com o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto. Dia sombrio de nossa democracia, o 8 de janeiro não há de ser esquecido, para que, preservando-se a memória institucional, jamais se repita”, declarou.
“Mas também o 8 de janeiro há de ser sempre lembrado, é a outra face da moeda, como propulsor do fortalecimento do nosso estado democrático de direito, em um renovar de energias diante da união e resposta imediata e firme dos poderes constituídos e da sociedade civil à vilania praticada, e na contramão do que pretendera aquela horda hostil”, disse Rosa.
Em seu último voto foi favorável à descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação, o julgamento ainda não foi concluído, restando ainda o parecer de outros ministros.
