Prigozhin garante que objetivo de suas ações não era derrubar o governo russo

Em sua primeira declaração após o desfecho do levante das forças paramilitares do Wagner Group, Evgeni Prigojin disse que não queria derrubar Putin. O líder do Wagner Group declarou na noite desta segunda-feira (26).

Este anúncio feito por Prigozhin ocorre logo após imagens do ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, em atividade na manhã desta segunda-feira (26), onde o mesmo visita um posto de comando avançado.

“Não era nosso objetivo derrubar o governo “, disse Prigozhin, “Começamos nossa marcha por causa de uma injustiça”, continuou em sua declaração.

“O objetivo da marcha era impedir a destruição da Wagner Group e responsabilizar os oficiais que, por meio de suas ações não profissionais, cometeram um grande número de erros. A sociedade pediu”, disse o líder da PMC Wagner.

Prigozhin afirma que tomou a decisão de abandonar a marcha para Moscou porque ele e seus combatentes não queriam derramar sangue russo.

“Paramos quando a primeira unidade de assalto, que se aproximava de 200 quilômetros de Moscou, mobilizou sua artilharia e fez um reconhecimento da área”, disse ele. 

“Era óbvio que muito sangue seria derramado neste momento. Então sentimos que a demonstração do que íamos fazer era suficiente. E nossa decisão de voltar foi influenciada por dois fatores mais importantes. O primeiro fator era que não queríamos derramar sangue russo. O segundo fator foi que íamos para manifestar nosso protesto, não para derrubar o governo do país” , acrescentou.

No comunicado, Prigozhin não confirmou seu paradeiro ou disse que planeja ir para a Bielorrússia como parte de um acordo negociado com o líder bielorrusso Alexander Lukashenko.

Prigozhin disse que suas tropas resistiriam à integração ao Ministério da Defesa russo, não assinariam contratos e que a Wagner Group teria permissão para continuar as operações na Bielorússia, um desfecho que poderia aumentar a ameaça de um ataque no norte da Ucrânia.

“Lukashenko entrou em contato e se ofereceu para encontrar soluções para a atividade continuada em uma jurisdição legal ”, disse ele, sem dar mais detalhes.

Esta seria uma reviravolta extraordinária para o líder paramilitar, a quem Putin acusou de uma “facada nas costas” apenas dois dias atrás. Embora o Kremlin tenha garantido a ele uma passagem segura para a Bielorrússia, a mídia estatal russa informou na manhã desta segunda-feira que Prigozhin ainda estava sob investigação por incitar um levante armado.

Se agora ele pudesse manter o controle da  Wagner e evitar uma cela, isso sugeriria que Prigozhin ainda tem influência no Kremlin e ainda é visto como um ativo valioso, embora tenha levado o país à beira de uma guerra civil. .

Prigozhin não desistiu de sua argumentação com o Ministério da Defesa da Rússia, mais uma vez acusando as forças armadas de atingir suas unidades com fogo de artilharia, chamando o evento de “o gatilho para nos movermos imediatamente”.

Acrescentou que a rebelião mostrava que havia “sérios problemas de segurança em todo o território da Rússia” e que “a sociedade exigia isso” por causa dos fracassos da liderança militar da Rússia na invasão da Ucrânia.

Prigozhin admitiu que suas tropas abateram pelo menos cinco aeronaves russas, resultando na morte de aviadores russos durante o levante, dizendo que “lamenta que eles tiveram que atacar as aeronaves, mas estavam atacando nossas forças com bombas e foguetes”. As tropas do Wagner Group abateu uma aeronave IL-22 e vários helicópteros. Prigozhin também afirmou que a incursão das suas tropas na Rússia foi uma “aula magistral” sobre como Moscou deveria ter invadido a Ucrânia a partir de 24 de fevereiro de 2022, que falhou em atingir seu objetivo de tomar Kiev. “Se as forças da Wagner Group tivessem feito essas tarefas, talvez a ‘operação especial’ durasse um dia”, disse, referindo-se à invasão da Ucrânia.

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